terça-feira, 5 de junho de 2012

Teoria das Necessidades de Maslow:


Abraham Harold Maslow viveu entre 1908 e 1970 e é considerado um grande estudioso da escola das relações humanas da administração. Ficou conhecido mundialmente por sua Teoria da Hierarquia das Necessidades Humanas, ou simplesmente "Teoria de Maslow".

Ciclo Motivacional:

Maslow cita o comportamento motivacional, que é explicado pelas necessidades humanas. Entende-se que a motivação é o resultado dos estímulos que agem com força sobre os indivíduos, levando-os a ação. Para que haja ação ou reação é preciso que um estímulo seja implementado, seja decorrente de coisa externa ou proveniente do próprio organismo. Esta teoria nos dá idéia de um ciclo, o Ciclo Motivacional.
Quando o ciclo motivacional não se realiza, sobrevém a frustração do indivíduo que poderá assumir várias atitudes:

  1. Comportamento ilógico ou sem normalidade;
  2. Agressividade por não poder dar vazão à insatisfação contida;
  3. Nervosismo, insônia, distúrbios circulatórios/digestivos;
  4. Falta de interesse pelas tarefas ou objetivos;
  5. Passividade, moral baixo, má vontade, pessimismo, resistência às modificações, insegurança, não colaboração, etc.
Quando a necessidade não é satisfeita e não sobrevindo as situações anteriormente mencionadas, não significa que o indivíduo permanecerá eternamente frustrado.    De alguma maneira a necessidade será transferida ou compensada. Daí percebe-se que a motivação é um estado cíclico e constante na vida pessoal.



PIRAMIDE DAS NECESSIDADES:



Necessidades Fisiológicas

As necessidades fisiológicas são bem óbvias e geralmente, se referem a requisitos para a sobrevivência do indivíduo ou da sua espécie. Alguns exemplos desta categoria são:
  • Alimentação (água e comida)
  • Respiração
  • Reprodução
  • Descanso
  • Abrigo
  • Vestimenta
  • Homeostase

Necessidades de segurança

As necessidades de segurança referem-se à estabilidade ou manutenção do que se tem. Dentre as necessidades de segurança podemos exemplificar:
  • Segurança física pessoal
  • Segurança financeira
  • Saúde e bem-estar
  • Rede de proteção contra imprevistos

Necessidades de Associação 

Depois que as necessidades fisiológicas e de segurança são atendidas, a terceira camada da pirâmide de Maslow fala de das necessidades de associação, que se referem às necessidades do indivíduo em termos sociais.

As necessidades de associação incluem aspectos que envolvem relacionamentos baseados na emoção, pois seres humanos precisam sentir-se aceitos e fazendo parte de algo. Alguns exemplos destas necessidades são:
  • Amizade
  • Intimidade (amigos íntimos, mentores, confidentes)
  • Convivência social (círculos de convivência variados)
  • Família
  • Organizações (clubes, entidades de classe, torcidas, gangues)
A ausência destes elementos torna as pessoas suscetíveis à solidão, ansiedade e depressão. Muitas vezes a necessidade destes elementos pode, através da pressão dos pares (peer pressure), sobrepor às necessidades psicológicas e de segurança. Um exemplo disse seria alguém que se expõe de maneira perigosa financeiramente, buscando justamente a aprovação afetiva de seus pares.


Necessidades de Estima

Após alcançar as necessidades fisiológicas, de segurança e de associação, o ser humano passa a perseguir a necessidade de estima, ou de ser respeitado em busca de auto-estima e auto-respeito. A estima é um desejo humano de ser aceito e valorizado por si e pelos outros. Note que neste caso não é apenas a busca de uma aceitação de um grupo e sim do reconhecimento pessoal e do grupo da sua contribuição e importância dentro dele.

Quando não se consegue atingir esta necessidade, aparece a baixa estima e o complexo de inferioridade.


Necessidade de Auto-Realização

Este é o último patamar da pirâmide de Maslow e as pessoas para terem esta motivação é necessário que as outras tenham sido satisfeitas. Esta necessidade se refere à motivação para realizar o potencial máximo do ser, ou seja, o indivíduo procura tornar-se aquilo que ele pode ser, explorando suas possibilidades. Este pode ser considerado a motivação maior e a única verdadeiramente satisfatória para a natureza humana.


FILME:
Este vídeo mostra alguns exemplos das necessidades, incluindo uma visão interessante sobre contrastes...


Referências:
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/maslow.htm
http://www.cedet.com.br/index.php?/Tutoriais/Gestao-da-Qualidade/a-hierarquia-das-necessidades-de-maslow-piramide-de-maslow.html

quinta-feira, 24 de maio de 2012


Jean Piaget - Fases do desenvolvimento:
Para quem se interessa pela escola cognitiva, vejam este vídeo super interessante que resume parte do trabalho deste fabuloso estudioso.

A nona inteligência: Existencial

Você sabe o que significa?

domingo, 13 de maio de 2012

Gaiolas e Asas - Rubem Alves

Os pensamentos chegam-me de um modo inesperado, sob a forma de aforismos. Fico feliz porque sei que, frequentemente, também Lichtenberg, William Blake e Nietzsche eramatacados por eles. Digoatacados porque eles surgem repentinamente, sem preparo, com a força de um raio. Os aforismos são visões: fazem ver, sem explicar. Pois ontem, de repente, este aforismo atacou-me:Há escolas que são gaiolas. Há escolas que são asas.
Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controlo. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados têm sempre um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.
Esse simples aforismo nasceu de um sofrimento: sofri, conversando com professores em escolas. O que eles contam são relatos de horror e medo. Balbúrdia, gritaria, desrespeito, ofensas, ameaças… E eles, timidamente, pedindo silêncio, tentando fazer as coisas que a burocracia determina que sejam feitas, como dar o programa, fazer avaliações… Ouvindo os seus relatos, vi uma jaula cheia de tigres famintos, dentes arreganhados, garras à mostra – e os domadores com os seus chicotes, fazendo ameaças fracas demais para a força dos tigres.
Sentir alegria ao sair de casa para ir à escola? Ter prazer em ensinar? Amar os alunos? O sonho é livrar-se de tudo aquilo. Mas não podem. A porta de ferro que fecha os tigres é a mesma porta que os fecha com os tigres. Violento, o pássaro que luta contra os arames da gaiola? Ou violenta será a imóvel gaiola que o prende? Violentos, os adolescentes? Ou serão as escolas que são violentas?
As escolas serão gaiolas? Vão falar-me da necessidade das escolas dizendo que os adolescentes precisam de ser educados para melhorarem de vida. De acordo. É preciso que os adolescentes, que todos tenham uma boa educação. Uma boa educação abre os caminhos de uma vida melhor. Mas eu pergunto: as nossas escolas estão a dar uma boa educação? O que é uma boa educação? O que os burocratas pressupõem sem pensar é que os alunos ficam com uma boa educação se aprendem os conteúdos dos programas oficiais. E, para testar a qualidade da educação, criam mecanismos, provas e avaliações, acrescidos dos novos exames elaborados pelo Ministério da Educação.
Mas será mesmo? Será que a aprendizagem dos programas oficiais se identifica com o ideal de uma boa educação? Sabe o que é um “dígrafo”? E conhece os usos da partícula “se”? E o nome das enzimas que entram na digestão? E o sujeito da frase “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas de um povo heróico o brado retumbante”? Qual é a utilidade da palavra “mesóclise”? Pobres professores, também engaiolados… São obrigados a ensinar o que os programas mandam, sabendo que é inútil. Isso é um hábito velho das escolas. Bruno Bettelheim relata a sua experiência com as escolas: Fui forçado (!) a estudar o que os professores decidiam que eu deveria aprender. E aprender à sua maneira.
O sujeito da educação é o corpo, porque é nele que está a vida. É o corpo que quer aprender para poder viver. É ele que dá as ordens. A inteligência é um instrumento do corpo cuja função é ajudá-lo a viver. Nietzsche dizia que a inteligência era aferramenta e obrinquedo do corpo, Nisso se resume o programa educacional do corpo: aprenderferramentas, aprenderbrinquedos.Asferramentassão conhecimentos que nos permitem resolver os problemas vitais do dia-a-dia. Osbrinquedos são todas aquelas coisas que, não tendo nenhuma utilidade como ferramentas, dão prazer e alegria à alma.
Nessas duas palavras,ferramentas ebrinquedos, estão o resumo da educação. Ferramentasebrinquedos não são gaiolas. São asas. Asferramentas permitem-me voar pelos caminhos do mundo. Osbrinquedos permitem-me voar pelos caminhos da alma. Quem está a aprenderferramentas ebrinquedos está a aprender liberdade, não fica violento. Fica alegre, ao ver as asas crescer… Assim todo o professor, ao ensinar, deveria perguntar-se:Isso que vou ensinar, é ferramenta? É brinquedo? Se não for, é melhor pôr de parte. As estatísticas oficiais anunciam o aumento das escolas e o aumento dos alunos matriculados. Esses dados não me dizem nada. Não me dizem se as escolas são gaiolas ou asas.
Mas eu sei que há professores que amam o voo dos seus alunos.
Há esperança…
O que acho disso:
"Penso que como professores não seremos as asas de nossos alunos, mas sim aqueles que vão ensiná-los a voar o mais alto possível.
Em debate na turma compreendemos que existe a necessidade de haver "gaiolas" em certos momentos da vida, justamente para proteger nossos pássaros de vôos arriscados demais para sua capacidade, ou até mesmo de gaviões que podem sempre estar á espreita. Concordo com tal posicionamento, mas ratifico o que foi colocado pelo autor Rubem Alves quanto ao fato de as escolas serem gaiolas da educação. Nosso sistema educacional está defasado em seus métodos, disciplinas e avaliações, muitas vezes "aprisionando" os alunos em conhecimentos que não poderão ser de fato utilizados para voarem, pois não são ensinados da forma prática e útil para a sociedade atual. Isso é pior do que não saber voar, é simplesmente achar que estar na gaiola é a coisa certa a se fazer, mesmo com a porta aberta..."